Legionella: Aplicação do Despacho e optimizações do tratamento com biocidas não oxidantes.

A principios de fevereiro de 2022 foi publicado em Diário da República o Despacho nº 1547/2022 que determina os procedimentos técnicos para a realização do Programa de Monitorização e Tratamento da Qualidade da Água.

A principios de fevereiro de 2022 foi publicado em Diário da República o Despacho nº 1547/2022 que determina os procedimentos técnicos para a realização do Programa de Monitorização e Tratamento da Qualidade da Água. O Despacho estava já previsto e anunciado na Lei n.º 52/2018, de 20 de agosto, alterada pela Lei n.º 40/2019, de 21 de junho, que estabelece o regime de prevenção e controlo da doença dos legionários no nosso país.

A normativa estabelece, entre outros aspectos, as seguintes considerações:

• São referidos novos procedimentos que devem ser levados em consideração relativos ao tratamento da água para sistemas de arrefecimento por via húmida;

• Em torres de refrigeração, é recomendado a utilização de inibidores (corrosão e incrustação), biodispersantes e biocidas(1), em função da Qualidade da água de cada instalação;

Por isso conclui-se que é necessário dosear um biocida(1) de modo a realizar um tratamento eficaz  que permita assegurar a prevenção do desenvolvimento de Legionella.

Existem muitos fatores que influenciam na decisão dos produtos químicos necessários para implementar um programa de manutenção integral da qualidade da água, sendo que à parte dos biocidas(1), também se incluem os anticorrosivos, antiincrustantes, biodispersantes, etc…. No entanto, a efetividade do programa dependerá de:

a) Compatibilidade de todos os componentes químicos utilizados;

b) Conformidade em todos os momentos com os procedimentos recomendados de aplicação, monitorização e controlo;

O desenho de um programa de manutenção que permita obter um indíce de qualidade da água elevado, nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água de uma torre de refrigeração é essencial para prevenir e minimizar os possíveis problemas que possam surgir em momentos específicos. Para desenhar um programa de manutenção, as características da instalação, a qualidade da água de abastecimento, as necessidades do processo, e outros aspectos, devem ser perfeitamente conhecidos.

O programa estabelecido para cada instalação terá como prioridade minimizar os fenómenos de incrustação, corrosão e crescimento microbiológico, sendo vital para uma correta prevenção da proliferação de Legionella nas instalações críticas.

O Anexo II do Despacho descreve a necessidade de monitorizar a presença de biocida na água da torre de arrefecimento com periodicidade definida. A monitorização periódica, é uma das medidas que permitem fazer um bom acompanhamento do tratamento de água da instalação e facilita a detecção de possíveis problemas antes que eles se tornem significativos.

Devido aos problemas de corrosão causados ou exponenciados por a utilização de biocidas(1) oxidantes, recomendamos que sejam utilizados biocidas(1) não oxidantes. É preferível dosear biocidas(1) não oxidantes por duas razões muito importantes:

– A eficácia não depende dos valores de pH da água e, portanto, não é necessário ajustar o parâmetro para obter um tratamento eficaz.

– Os biocidas(1) não oxidantes na sua maioria não são corrosivos, portanto, não provocam danos na metalurgia do sistema. Assim sendo, com este tipo de biocidas(1) a vida útil das instalações é extendida.

Para os casos em que o desenho de tratamento obriga a utilização de biocidas(1) oxidantes, propomos, de forma, alternativa, uma combinação sinérgica de biocidas(1) oxidantes e não oxidantes, permitindo diminuir a dose dos biocidas(1) oxidantes e consequentemente, minimizar o potencial corrosivo do tratamento aplicado.

Métodos de Controlo de Biocida

Conforme mencionado anteriormente no Anexo II do Despacho são definidas periocidades de medição de parâmetros críticos da instalação, tais como pH, condutividade e biocida(1) residual, sendo aconselhado, sempre que possível, a implementação de um sistema de monitorização e controlo automático, que permite o controlo local e remoto das condições de processo das instalações críticas.

A monitorização dos biocidas e outros parâmetros críticos é realizada através de equipamentos apropriados. Na Adiquimica disponibilizamos os equipamentos da gama ADICONTROL que são capazes de controlar e gerir os principais parâmetros de operação associados a circuitos de água, em tempo real. Com estes equipamentos, é possível fazer o seguimento continuo dos níveis de biocida na instalação e deste modo, cumprir as exigências das normas vigentes.

Controlo de biocida

 

Conclusões

  • A norma vigente exige o tratamento contínuo das instalações de refrigeração com produto biocidas(1) para prevenção e controle da Legionella nas torres de arrefecimento e condensadores evaporativos.
  • Para evitar fenômenos de corrosão na metalurgia do circuito, recomenda-se a utilização de tratamentos à base de biocidas(1) não oxidantes.
  • Quando é estritamente necessário utilizar um biocida oxidante, recomenda-se combiná-lo com biocidas(1) não oxidantes para reduzir a dose do biocidas(1) oxidante e, assim, minimizar o potencial de corrosão.
  • Para elaborar um programa de manutenção para controlo microbiológico, serão selecionados biocidas(1) específicos que permitam obter a máxima eficácia com o menor custo possível.
  • A monitorização dos níveis residuais de produto biocida não oxidante aumenta a eficiência do tratamento da água.
  • Recomenda-se a utilização de anticorrosivo e antiincrustante. Os fenómenos de corrosão e formação de precipitados inorgânicos favorecem a presença e o crescimento de Legionella nas instalações de risco, sendo que também aumentam os custos de manutenção e operação da instalações.

Nota: Na nomeclatura do despacho 1547/2022 é referido o termo “Desinfectante” que no contexto técnico é sinónimo da palabra biocida.

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